sábado, 8 de maio de 2010


Essa falta...

Minha solidão esfumaçada pela tua companhia.
A secura dos dias ressecando da carne às coisas de dentro
fica meu abandono procurando colo
meu corpo vertiginoso procurando qualquer parede,
esse apoio frio e duro.

Me afogar em qualquer coisa
me perder em qualquer coisa.
Me faz música!
um samba bonito,
de amor juvenil que termine cor-de-rosa, amarelo
qualquer coisa
de não amor doente ácido ferido
de não solidão
vermelho
irregular
áspero
Não,
Não tem jeito, não
não tem remédio, não
é amar e doer e quanto mais, mais solidão.
E o que dói e fode tudo, te faz estilhaço: na presença, quando os corpos se chocam carinhosamente mesmo que brutais e violentos de sede, o exterior vira mera distorção.
e é a coisa mais bonita...
e se vê não só.

O estilhaço é no teu corpo
a carne-viva é tua,
é só tua
e fica tudo desespero
desesperado
que'u quero tudo, todos os teus infinitos
os abismos
vomitar a acidez, o meu estilhaço e te fazer me amar inteira
eu quero te fazer doer de mim
quero doer de você

e fica tudo desesperadamente,
desesperadamente bonito.