sábado, 25 de setembro de 2010

No distorcido todo, eu..: colcha de fuxico: retalhos, meus, coloridos costurados.O que ficou. Sobrou.
Corroída.
"For way too long"
"Me in my own world, yeah you there beside"
Nesse torto, tenta chegar até mim
"I tried to get to you"
leve e caindo, é que você foi embora cedo demais.
Só fica aqui, presente, teu silêncio é aconchego no meu áspero, só fica aqui sempre, sempre.
Comeu tudo de mim, ele, que agora: impronunciável, só não comeu minha solidão: minha dor maior, essa velha canção nos teus ouvidos.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Colagens de todo o não dito

pra minha vó, que nunca vai ler

Vó, a senhora é uma bonita. Vó, você virou flor tanto ficou no meio delas. Te acho bem assim: flor, feito essas lindas, mas que em criança a gente prova e sente o gosto amargo.

"Hoje tem hortelã", amanhã água-benta.
Vó-solidão.
O vô na frente a vó sempre atrás.
Os cabelos mais brancos, lenço na mão, costura, vestido, "é que você não tem a prática"..
Vó-verão.
Em flor: uns cabelos pretos compridos.
Vó, me desculpa.
De antes do vô na vida da vó: trabalho de domingo até as duas.
Teu guarda-chuva que guarda sol.
Implicância, todo cuidado do mundo, sem açúcar sem afeto, o doce predileto em cima da mesa, pega mais.
Pastel melhor do mundo.
Vó mais vô: pra sempre. Dois que são dois, os dois pra sempre.
Vó, te acho linda, você é uma bonita.
Vó, você é tão linda, te juro, me acredita.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Fiquei estilhaçada.
minha carne, em vives (e tanta secura),
podre corroída
jorrando sofreguidão.
eu ainda em flor:
o primeiro vermelho que me arrebata
doente
violência.
Dilacerei.!...
E do bonito de nós
tanto o que perdoar
Coloco à revelia minha fome
meu desejo.
Sendo espera e de uma brancura..
que se abriu, feito flor, no meu peito esse deserto.