domingo, 21 de fevereiro de 2010

Os olhos ficaram pousando sobre os móveis, sobre o teto , os livros(quase um inseto): não houve a familiaridade esperada, só essa estranheza, que pareço ter pelo meu próprio corpo.Fico querendo expulsa-lo de mim mesma, que ele me estranha, que ele me avança, que ele me deixa perdida, que ele, por vezes não faz parte de mim.
Esvaziei.
Ficou esse silêncio, as paredes mudas, olhares de estranheza.Ficou esse lamento na madrugada banhado à uma fumaça solitária, que não se mistura com as outras, que se perde sozinha pela noite.Esse lamento-choroso: que toda transcendência ficou sendo só minha, e não só nossa.
Umas nuvens escuras no céu, no dia escurecendo e meu corpo exalando saudade da doçura dos meu antigos olhos.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Exalo saudade.
Mansa, tomo consciência
dos dias passados
das noites passadas
Lamento coisas.


cinza, cá
lá carnaval-cores-multi

No espelho:
me vejo e penso que sou uma pintura do Schiele
(como os seus auto-retratos)
e na minha porta, palavras-doçura...

Saudade-tudo tão distorcido-distante
Uma tarde,
cheia de sonolência,
num quarto banhado à sons de carnaval,
à espera, de sabe-se lá...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Da fragilidade das coisas:

"É música na minha boca.Minha canção e meu estandarte.Meu poema sujo de sangue.
E meu apelo pra que volte. "


Na mão enrrugada: o relógio.E dormia como quem dá um beijo roubado
Tanto amor, e nunca dito(se lia nos meus olhos diante daquilo).Tanto carinho, e nunca evidenciado.

Quarto.Chuva.Noite
o amor faltou


Flagro, escrito no muro, o amor, e me dói que tenha se tornado simples tinta em muro.


Esse amor sem pressa.Essa certeza.E agora essa saudade.

Me amor é meu único apelo pra que volte a ser minha.

E tudo frágil demais pra suportar o peso grande das coisas.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Pra ler ao som de "half day closing" do Portishead


Eu quero teus olhos pousados nos meus, e minha nudez na tua.

eu quero que seja minha, e minha e só minha essa noite, ao som dessa chuva que é parte da melodia que exala dos nossos corpos enlouquecidos de amor, que numa calma desesperada se entrelaçam, se torcem, se amam como se nada mais houvesse no mundo além deles.