sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Carta

pou..sa, bem de leve, tudo dos meu anseios nesse poço dos desejos. e olha que egraçado: ele tem fim, vá lá: é tão estranho um poço de desejos pequeneninho assim, desejos e poço nem combina. e é enquanto jogo minha moeda pra consumar isso que sei lá o que é, que vem você pra mim, vem saudade, vem você..assim, um chá saindo fumaça, um mar azul. daí que escutei de novo você falar sozinho de umas tristezas tuas enquanto faz essa tarefa tão árdua de matar todas as formigas que encontra pelo caminho, te senti tão perto de mim, e pra te dizer a verdade, que você já sabe, senti de novo foi tua distancia gigantesca de tudo, bem aqui, no meu quintal, perto do balanço. lembra? você que me construi.
Te quero um poço dos desejos, te quero uma moeda pra jogar, quem sabe se você conseguisse jogar uma moeda num poço, quem sabe você não parava com isso com as formigas.
Pr'onde foi teu azul, meu mar
eu sinto muita saudade, mas sabe, não quero nunca mais voltar a morar nessa distancia qu'é você.


'eu fui sempre só de você
e você foi sempre só de mim'

sábado, 13 de novembro de 2010

In the days, the golden days

as frestas deixando os raios poucos do sol na tua nudez, que ilumina os cantos, os meus cantos (escuros por natureza). à vontade na vida. sai dançando, movimentando-se trip hop. solmeu, comtemplaçãominha. se espalha bonita nudez não só na minha casa, na minha vida. ensolarando...("ensolarando" pra ser dito suspirado, calmo, bem assim..)
E se põe, feito o sol faz, mas se põe num sono junto do meu, sonhomeu.

sábado, 6 de novembro de 2010

"Prenhe de solidões",
uns abandonos
E lugar bonito, esse
de ventos arrebatadores: aí, que felicidade..
Mas é espaço pouco
pra vontades tantas
de amor, palavra, corpo
Até as entranhas,
conhecidas nos mínimos,
oprimem violentas
Palavras-desafeto
Cotidiano escorrendo, que seu peso tudo desfaz
Me traga de todo o seco:
grito-silêncio, face molhada
Drummond-fugaminha
Tudo fuga, vontade,
espera.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

meus olhos são muitos, dizem, uns, do que pulsa, do estilhaço pungente, do bruto, uns outros dizem do meu azul infinito, dizem sem palavra alguma no ritmo de "samba e amor". vezenquando se misturam meus olhos, minhas cores que em espirais várias se entrelaçam e fazem de mim um tudo tão absurdo que meu corpo comicha do prazer-insuportável

domingo, 17 de outubro de 2010

Da Madrugada:

Entranha-se em mim,
inda'gora
e me arrebata, o Absurdo
Surdo Cego Mudo
indefinível..
estado,
estado de graça
que me tira o riso
e me faz dançar
Samba no escuro
feito de silêncio e euforia
e me faz do desejo
e viva.

sábado, 2 de outubro de 2010

Abafado pós chuvaradas. cinza. nublado. Sol tímido, nas frestas: um dourado pouco no cinza tanto.
Dias de solidez. solidão. as horas escorrendo feito água do banho no corpo magro. ossos. Da minha imagem: pouca nitidez. coisa distocida, desfigurada. Meu dentro nada.
Meus dezesseis anos. meus sonhos. meus dias de falta. meus dias. só meus.
Querendo viver e ser brisa, ventania.
Te amo. dentro de mim. E não poder te dar meu amor, qu'é teu, por direito. Um não sofrer. Um levar, devagar.
Te vejo nessa tua cadeira. E pensar nela vazia, sem você, de hora pra outra, e pra sempre: um sofrer descabido.
Noventa anos, poucas palavras. Te abracei sem nunca ser abraçada.
Até que a morte separe. Amor de camas separadas. Amor.
Uns sonhos já corroídos, esmagados. e tanta saudade...do teu verde na minha vida. Flor. a gente não é essa dor toda.
"Devagar. Devagar, esquece o tempo lá de fora. devagar"

sábado, 25 de setembro de 2010

No distorcido todo, eu..: colcha de fuxico: retalhos, meus, coloridos costurados.O que ficou. Sobrou.
Corroída.
"For way too long"
"Me in my own world, yeah you there beside"
Nesse torto, tenta chegar até mim
"I tried to get to you"
leve e caindo, é que você foi embora cedo demais.
Só fica aqui, presente, teu silêncio é aconchego no meu áspero, só fica aqui sempre, sempre.
Comeu tudo de mim, ele, que agora: impronunciável, só não comeu minha solidão: minha dor maior, essa velha canção nos teus ouvidos.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Colagens de todo o não dito

pra minha vó, que nunca vai ler

Vó, a senhora é uma bonita. Vó, você virou flor tanto ficou no meio delas. Te acho bem assim: flor, feito essas lindas, mas que em criança a gente prova e sente o gosto amargo.

"Hoje tem hortelã", amanhã água-benta.
Vó-solidão.
O vô na frente a vó sempre atrás.
Os cabelos mais brancos, lenço na mão, costura, vestido, "é que você não tem a prática"..
Vó-verão.
Em flor: uns cabelos pretos compridos.
Vó, me desculpa.
De antes do vô na vida da vó: trabalho de domingo até as duas.
Teu guarda-chuva que guarda sol.
Implicância, todo cuidado do mundo, sem açúcar sem afeto, o doce predileto em cima da mesa, pega mais.
Pastel melhor do mundo.
Vó mais vô: pra sempre. Dois que são dois, os dois pra sempre.
Vó, te acho linda, você é uma bonita.
Vó, você é tão linda, te juro, me acredita.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Fiquei estilhaçada.
minha carne, em vives (e tanta secura),
podre corroída
jorrando sofreguidão.
eu ainda em flor:
o primeiro vermelho que me arrebata
doente
violência.
Dilacerei.!...
E do bonito de nós
tanto o que perdoar
Coloco à revelia minha fome
meu desejo.
Sendo espera e de uma brancura..
que se abriu, feito flor, no meu peito esse deserto.