sábado, 2 de outubro de 2010

Abafado pós chuvaradas. cinza. nublado. Sol tímido, nas frestas: um dourado pouco no cinza tanto.
Dias de solidez. solidão. as horas escorrendo feito água do banho no corpo magro. ossos. Da minha imagem: pouca nitidez. coisa distocida, desfigurada. Meu dentro nada.
Meus dezesseis anos. meus sonhos. meus dias de falta. meus dias. só meus.
Querendo viver e ser brisa, ventania.
Te amo. dentro de mim. E não poder te dar meu amor, qu'é teu, por direito. Um não sofrer. Um levar, devagar.
Te vejo nessa tua cadeira. E pensar nela vazia, sem você, de hora pra outra, e pra sempre: um sofrer descabido.
Noventa anos, poucas palavras. Te abracei sem nunca ser abraçada.
Até que a morte separe. Amor de camas separadas. Amor.
Uns sonhos já corroídos, esmagados. e tanta saudade...do teu verde na minha vida. Flor. a gente não é essa dor toda.
"Devagar. Devagar, esquece o tempo lá de fora. devagar"

Um comentário:

Roberto B. disse...

belíssimo, como sempre de um sentimento em carne viva que é impressionante.

beijos meus para você.